quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ataque de Tubarão em Pernambuco, qual o Real Motivo?

E aí galerinha, tudo tranquilo?

Semana passada uma notícia foi muito comentada pelos telejornais e mídias.
Todos devem ter visto ou escutado o comentário, sobre o vídeo da menina sendo atacada pelo tubarão em uma praia do Recife, Pernambuco. 
Muitas  pessoas acham que o extermínio destes animais seria o mais correto e a solução. Mas será que o tubarão é o culpado nesta história?
Reportagem que vale a pena ler e refletir sobre como nossas ações refletem no meio ambiente.

    Desde 1992, foram 59 os casos de ataques a surfistas e banhistas em Pernambuco, destes 24 das vítimas morreram. No mundo, existem mais de 400 espécies de tubarão e o Brasil abriga cerca de 80. Em Pernambuco, as espécies mais frequentes são o tubarão-lixa que é inofensivo, o galha-preta, o tubarão cabeça-chata e o tigre.
   Com uma extensão de 187 km de litoral pernambucano, mais de 90% dos ataques de tubarão ficam concentrados em um trecho de apenas 20 km – da Praia do Pina, em Boa Viagem, até a Praia do Paiva, no sul de Recife
     Os fatores que podem influenciar os ataques neste trecho de costa correspondem ao impacto ambiental, despejo de esgoto sem tratamento e também a grande circulação de embarcações e navios no Porto de Suape, entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.
     A área litorânea de estuário ocupada pelo porto de Suape era uma zona de procriação da espécie de tubarão cabeça-chata. “Com o porto, os tubarões não puderam entrar na região estuarina e acredita-se que se deslocaram para a foz do rio Jaboatão (que desemboca nas praias de Recife). Já o tubarão-tigre acompanha as embarcações, eles vêm até o porto de Suape e seguem as correntes marinhas do sul para o norte”, explicou o presidente do Insituto Oceanário

     Existe ainda um fator de ordem natural, um canal de areia se estende no mar  de Suape até a praia do Pina, uma depressão no assoalho oceânico com profundidade de 5 a 7 metros. “É um facilitador de circulação de animais de grande porte e o canal chega bem perto da praia”, comentou Carvalho.

     Não é à toa que as ocorrências de ataques envolvem especialmente essas duas espécies. Enquanto o cabeça-chata se adapta à baixa salinidade e se aproxima da região estuarina para procriação, o tubarão-tigre é mais migratório, também se aproxima da costa para procriar e se adapta mais facilmente na água turva em razão da poluição.

       O presidente do Oceanário disse ainda que as águas turvas são um grande agravante, pois o tubarão não consegue identificar a presa.
Apesar do temor que afronta o imaginário de banhistas e surfistas, Carvalho destaca a importância da defesa e conservação dos tubarões para a manutenção e equilíbrio do ecossistema marinho.

“Eles são chamados de lixeira do mar, fazem o papel dos urubus, comem objetos em decomposição, tem um papel fundamental. O cabeça-chata se alimenta de peixes, crustáceos, moluscos do mar e aves marinhas. O tubarão-tigre também se alimenta das mesmas presas, mas ainda de tartarugas marinhas, pois são capazes de quebrar o casco”, argumentou.


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